Metas e engajamento

O capital intelectual é o grande diferencial competitivo que uma empresa pode ter – essa frase já está para lá de cansada, já é quase um jargão, mas será que já paramos para pensar em todos os desdobramentos para reflexão que ela pode nos trazer?

Ram Charan, há mais de 40 anos em sua carreira de consultor, professor e executivo, fala sobre a importância de saber identificar a liderança e criar um modelo de desenvolvimento baseado em aprendizagem. Richard Barret, fala que ambientes inspiradores, onde as pessoas expressem seu propósito por meio do seu trabalho e sentem que fazem a diferença para um mundo melhor, tem maior engajamento emocional e isso torna a empresa mais forte diante dos inevitáveis obstáculos de mercado. Simon Sinek diz que as pessoas não compram o que você faz, elas compram o porquê você faz e esse conceito é o que separa as empresas que tem maior diferencial no mercado das que apenas sobrevivem.

Mas por que até hoje para muitas empresas ainda é tão difícil fazer essa triangulação entre objetivos do negócio, valores e objetivos individuais?

Se formos considerar que as pessoas precisam entender o que precisa ser feito, entender a importância do que estão fazendo e ter um ambiente que propicie essa realização, estamos falando de 3 grandes pontos que vão permear toda essa conversa:

  • Comunicação – e não é apenas aquele cascateamento clássico que termina com um vídeo emocionante e inspirador, mas que na prática, ninguém viu conexão com o que ele precisará fazer depois que sentar na cadeira para trabalhar ou retornar a sua linha de trabalho. Sim, porque muito frequentemente se esquece do pessoal operacional e a falta desse conhecimento do negócio que engaja e cria aquela energia de realização se perde. E sabe por quê? Porque eles são numerosos demais proporcionalmente falando, para ficarmos em paz com o fato de que eles só estão vindo trabalhar para pagar boletos. Não estou dizendo que 100% do efetivo deve participar da estratégia da empresa, para isso temos a gestão estratégica, o que quero dizer é que quanto mais clara e objetivamente essas metas forem comunicadas, maior será o engajamento das pessoas. E quanto maior o entendimento que cada pessoa tenha do impacto do seu trabalho para o resultado final da empresa, maior será seu envolvimento na realização.

  • Engajamento – basicamente as pessoas precisam se sentir bem no ambiente para quererem cooperar. Não é à toa que em mutirões de voluntariado as coisas dão magicamente certo mesmo com tantos amadores realizando o trabalho. Basta analisar o ambiente e ver que ali todos sentem que fazem a diferença, que são respeitados, o ambiente é propício à criatividade, as opiniões são ouvidas e levadas em conta, existe leveza e boa vontade para corrigir erros que aconteceram na genuína intenção de acertar e principalmente, todos estão ali com o mesmo propósito. E esse é o real engajamento. Não basta aplicar uma pesquisa anual e fazer algumas ações para deixar as pessoas felizes, se no dia a dia elas não sentem que são reconhecidas, notam favoritismo do gestor com relação a alguns pares e não sabem direito porque estão ali, além é claro, dos boletos.

  • Ambiente de aprendizagem – as metas precisam desafiar e ensinar a liderança mais sobre o negócio, o mercado, as vulnerabilidades e como mitigá-las. Em um ambiente de aprendizagem, cada meta cascateada desde a diretoria até cada profissional individual, contém ali oportunidades para expandir conhecimento, aprender e chegar ao final do ciclo de performance não tendo apenas sua “nota” de avaliação de desempenho e bônus, que também são importantes, mas que ele chegue ao final deste ciclo melhor do que estava no início e possa ter consciência disso.

As empresas mais bem-sucedidas sabem, independente do seu tamanho, como fazer com que a mensagem chegue, cultivam uma cultura de reconhecimento e aprendizagem e não mantém líderes que agem no contrassenso dessas crenças, simplesmente por que não há nada que deixe as pessoas menos engajadas do que ver na prática ações antagônicas ao discurso.

Por isso, independente do formato do evento, se vamos abraçar árvores, fazer canoagem, se vamos tomar cerveja no final, se vamos criar gritos de guerra, ou qualquer que seja o ritual que sua empresa adote, que pode inclusive ser a clássica reunião anual de metas que também funciona muito bem, não perca o norte do fundamental que é comunicar, criar sentido e prover um terreno fértil para plantar valores e colher o futuro.

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