Já reparou que quando observamos uma obra de arte, seja um quadro, escultura ou música, é possível imaginar coisas como o estado de espírito, o que pensava, em que momento de vida estava, com que tipo de questões esse artista lidava?
Algo que talvez você ainda não tenha parado para pensar é que sua vida profissional, seus projetos e a forma como você conduz seus negócios são a sua arte. Sim, é algo que você produziu e colocou ali seu talento, suor, seu conhecimento, sua existência e queira ou não queira você contornou tudo isso com seus valores pessoais.
Existem inúmeras definições sobre valores. Richard Barret descreve como “Um método simplificado de descrever o que é importante para nós, individual ou coletivamente”. Eu costumo dizer que são as “peneiras éticas” por onde peneiramos nossas decisões e ações respeitando o que queremos preservar e a partir daí seguimos nossa jornada.
Os valores pessoais, nossa existência e enfim, o que somos, acaba norteando mesmo que inconscientemente nossos negócios e nossa carreira. Por isso, em algum momento desse caminho, quando as coisas parecerem andar em círculos no trabalho, o engajamento do seu pessoal parecer não estar mais dando liga e você não sentir que a cultura da sua empresa estiver forte, pare e se faça as seguintes perguntas:
- Como eu conduzi as coisas até aqui? Meu negócio ou minha profissão foram escolhas ou segui conforme as oportunidades que foram aparecendo? Seguir oportunidades é ótimo, mas você teve oportunidade de colocar seus valores pessoais durante esse percurso?
- Se eu tive a sorte e o privilégio de escolher o caminho, que influências tive? Essas influências ainda fazem sentido hoje? É mais frequente do que parece as escolhas de anos atrás não estarem mais tão congruentes com nosso eu de hoje. Olhar para isso é um ato de coragem.
- Meus valores podem ser percebidos na forma como conduzo meus projetos ou meus negócios? Não basta um belo manifesto de valores, é preciso agir de acordo com eles, ou nada vai se sustentar.
- Qual a importância que dou ao aprendizado? E não estamos falando de quantos cursos ou livros você leu, estamos falando da sua capacidade de confiar e acreditar que sua equipe é capaz de fazer coisas mais desafiadoras e complexas, que você está disposto a investir tempo ensinando novas funções e permitindo novas experiências ainda que sem crescimento vertical ou um “plano de carreira formal”. Se você está buscando fluidez na sua carreira, se ao se deparar com um problema, você o resolve e pronto ou procura entender as razões para mitigar problemas futuros e ainda tirar lições disso tudo. Isso é de fato dar importância ao aprendizado.
Talvez aquele diferencial que você está buscando em livros e cursos que prometem fórmulas prontas de “como gerir pessoas”, “como alavancar as vendas”, “como evoluir na carreira”, entre outros infinitos “como fazer”, esteja bem aí, dentro de você e só precisa ser visto e aceito como uma força essencial que deve ser colocada no mundo e que certamente será um sucesso, simplesmente por ser autêntico.